“Eu não sabia se eu realmente iria ser aceita.” comenta Jelly sobre sua entrada no cenário inclusivo

No dia 31 de março, celebra-se o Dia Internacional da Visibilidade Trans, uma data fundamental para conscientizar sobre os direitos e desafios enfrentados pela comunidade trans. Julia "Jelly" Paiva, aos seus 17 anos, já alcançou grandes feitos em sua carreira no VALORANT. Recentemente, a jogadora conquistou o segundo lugar no VALORANT Game Changers 2023 - Brazil Series 1 - Main Event e tem se destacado como uma das atletas mais talentosas do cenário.

Jelly, está atualmente representando a camisa da LOUD GC e se tornando uma das principais jogadoras do cenário. Com a falta de representatividade e inclusão no mundo dos jogos, a jornada de Jelly não foi fácil. No entanto, sua perseverança e habilidade excepcional a ajudaram a superar as barreiras e conquistar seu lugar no topo. Em sua participação no podcast MD3, a atleta compartilhou algumas das dificuldades que enfrentou para ingressar no cenário inclusivo do FPS da Riot Games.

“Como uma pessoa trans, foi realmente difícil chegar ao cenário, porque na época quando eu quis entrar no cenário inclusivo, eu não sabia se eu realmente iria ser aceita. Foi uma coisa que eu nunca pensei que ia questionar na minha vida: se eu poderia ser eu mesma em um lugar. E foi um negócio que eu fiquei muito triste, passei muitas horas chorando e pensando, porque eu não sabia se era possível ser eu mesma em algum lugar. E uma coisa que eu quero mostrar para todo mundo é que qualquer pessoa é aceita aqui. Qualquer pessoa pode ser o que ela quiser, porque aqui é muito amor. É um negócio que eu não quero que ninguém passe novamente, porque era uma barreira para mim no começo.”

“Muitas pessoas me ajudaram a entrar no cenário inclusivo e ser aceita, para eu poder começar a jogar e me provar. Eu sinto que eu estou sendo acolhida pela torcida, pela comunidade e por todos os jogadores. Todo mundo que eu conheço me acolhe muito bem. Tudo bem, vai ter aqueles haters e aquele pessoal que vai querer falar merda, vai querer falar algo ruim, mas é literalmente a minoria. 99% das pessoas que eu olho estão falando só bem e me elogiando. É uma coisa que eu prezo para aumentar ainda mais, para realmente mostrar para uma pessoa que está tendo o mesmo pensamento que eu na época, que ela veja isso e entenda que ela pode estar nesse lugar.” completou.

Jelly se destacou e foi uma das jogadoras com melhor desempenho no VALORANT Game Changers Series 1 e hoje é um símbolo de empoderamento e inclusão. Sua história inspiradora serve de exemplo para outras pessoas que desejam perseguir seus sonhos. Além de ser uma jogadora habilidosa e dedicada, Jelly também é uma voz importante na luta pela visibilidade trans na comunidade gamer. Sua presença e sucesso no cenário competitivo de VALORANT mostram que a diversidade e a inclusão são fundamentais para o desenvolvimento e crescimento da comunidade.